18/03/2007

da vida 1

.


limpa
quero ser
e
imagino um bosque
atrofiado de fantasmas
entrelaçados
nos ramos das árvores
agitadas
por ventos quentes

numa solidão de loucuras
de sintomas
de indícios
assisto à serenidade do regresso
na beleza da história
leio os vazios
crescentes de ânsias e de versos
resisto aos encantos obscuros
de sóis pungentes
e transfigurada
persisto na saudade do efémero

5 comentários:

  1. Recordo as entranhas onde existi anteontem
    como a bola mágica das videntes trágicas,
    estava escrito só que actos trazem consequências
    e, se não der suprema importância a relances
    que descaem da fala quando glória transborda
    serei punido por não cumprir suas cantilenas mudas.

    Ninguém quer saber d’esconderijos que persigno,
    nem estilhaços de sarjetas que usei como escotilhas
    para ultrapassar animosidades através de condolências,
    apenas em comunhão com vibrações císmicas da terra
    que incitam a embrulhar o fedor em caxemira
    é que poderia ser surpresa e homenagear-nos.

    Aprendi a desrespeitar-te por conhecer o nonsense
    que digeri contrafeito, naturalidade avariada, apenas
    guinchei ao sintetizador do ouvido extravagante,
    pela música que partilhámos dentro de ti já ser outra
    e, assim foi executado o requiem das perspectivas
    a tal romance incongruente recebido à paisana.

    A serenata de veneração que gravei no dorso
    faz relembrar cada hora dos meses em autocarros,
    adoptámos ausências vitrais, avassaladoras no conteúdo
    para a falta de trânsito e boatos desse jogo restricto,
    no silêncio da desoriginalidade cada lufada de ar
    dardejava toda a endorfina e concentração contida.

    Foi vergonha que me levou pela mão,
    indicou-nos a oração de despedida e,
    como submarino afundei uma civilização
    para poderes enfrentar-te e ofuscar arcanjos,
    simplesmente nunca consegui pronunciar nada,
    nem sequer olhar-te nos olhos outra vez.


    in TREPANAÇÃO/TREPIDAÇÃO
    2004 J.M.

    WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

    ResponderEliminar
  2. belo....

    jocas maradas de palavras

    ResponderEliminar

Aqui pode deixar:
um sorriso, uma lágrima;
uma pincelada, um rabisco;
uma crítica, um conselho;
uma vírgula ou um ponto final.