20/11/2007

Recessão (2)

e criança brinco
com palavras perdidas
da infância extraviada
no tempo devorado
por idades remotas
sem rugas sem gelhas
que atenuam a cor
e a dor aparente
dos anos implacáveis
desperto em nevoeiros
e elevo-me na atmosfera
condensada de raízes
sem sementes nem embriões
suprimida por impotência
da natureza e da matéria

8 comentários:

  1. Imaterializas-te. Gosto da não-matéria, e gosto sobretudo como nos dás uma visão dela.
    Beijo I.

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  2. Forte!potente!
    Para quê, os embriões e a genética.....será importante?!
    vamos deixar a criança que existe dentro de nós, despertar e berrar aos quatro ventos , para que nunca as raízes nos prendam ou tiranizem............

    Bj Irene

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  3. a Seguir vem
    Recessão (3)
    ou
    Recessão (-3)(?!)

    :-)
    bj

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  4. a post-scriptum
    nunca tinha pensado nisso... mas acho que encontraste a palavra certa para o que sinto quando escrevo: sinto-me "não-matéria"! E é uma sensação fenomenal, de facto!
    Obrigada!

    a carlos
    a criança em nós é uma constante se bem que, por vezes, esquecida. Mas ela cá está, em cada um de nós e espreita quando menos se espera!

    a daniel
    a metáfora é pertinente. :-)

    a adesenhar
    uma Recessão 3 está em elaboração mas fogem-me as palavras...

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  5. A criança que há em nós deveria poder sair livremente, para nos pôr um sorriso e aos que nos rodeiam e aligeirar os momentos mais pesados... não há nada como brincar, brincar com palavras, com tempos, com cores... belo poema... belas palavras...

    Saudalunações

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  6. a luna tic

    Sabendo manter viva essa «criança» e dosear o «brincar» de acordo com a realidade, faz parte da sabedoria que se vai adquirindo com a experiência e, sim, é fundamental!

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  7. a luna tic

    Sabendo manter viva essa «criança» e dosear o «brincar» de acordo com a realidade, faz parte da sabedoria que se vai adquirindo com a experiência e, sim, é fundamental!

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