02/04/2008

Afluente


Foto: Rio Corgo, 03/04/2008


Sou um afluente que desagua em rio nenhum
numa viagem atribulada pelas margens da existência

a jusante de investidas impróprias e rutilantes
que desaguam numa foz inverosímil

Adormeço no leito de águas turvas, serenas

saboreando a essência da nascente
longínqua e consistente


Acordo na queda de águas revoltas e possantes
que me fixam no caudal que flui através de mim

Irene Ermida


4 comentários:

  1. Ao ler-te ,revi-me nesta sequência, imagem após imagem, cena após cena.....

    « Acordo na queda de águas revoltas e possantes
    que me fixam no caudal que flui através de mim ».

    acho ,maravilhoso e profundo....
    um acordar renovado e possante...
    é « viciante » ler aquilo que escreves,
    ...e nesse caudal que flui através de ti ,navega ...navega em tranquilidade , até ao mar.

    beijinho

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  2. O rio que somos e o rio que nos atravessa...
    Obrigada pela visita que me permitiu conhecer a tua escrita de inegável qualidade.

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  3. a carlos
    esse mar irresistível...

    a maria laura
    obrigada pela visita e pelas palavras. Gostei particularmente da tua frase!

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  4. onze e trinta e seis ainda. podia te esperado mais um minuto e mais uma hora, mas o caudal era perfeito e chamava por mim. Em boa hora.

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