uma misteriosa inquietação
constrói uma consciência impávida
que surge na escuridão de uma manhã
impávida fragmentada ameaçadora
resisto à luz gradual que me cega
e à minha volta espalho pétalas de medo
sabia onde parar?
do fundo retirei os raios de água
que escorriam pelo rosto imóvel
em momentos de hesitação inexistente
sem notas musicais impossíveis
rodo os ponteiros do relógio
e reencontro-me, submersa,
na margem de um rio febrilmente seco
Irene Ermida