Fotos: José Terra
São sonhos transparentes
fragmentos de vidas
inventadas
histórias expostas e dores
traídas
Rostos esvaídos no
suor
da nudez do amor reencontrado
São olhares, traços, risos
esboços perdidos e
achados
numa geometria sem
medida
Tempos engolidos pelo
vento
com finais inacabados
e sem lágrimas chorados
Histórias recomeçadas
na aridez de frios
desertos
presas às raízes arrancadas
São luas acesas no mar
de subtis texturas e
contrastes
São gestos e sinais
ininteligíveis
de quotidianos distantes
de gastas rotinas
cruzadas
São memórias
entrincheiradas
de linhas paralelas
que deslizam
em faces calejadas
São retalhos em
movimento
e emoções acertadas
na sedução dos corpos,
afogadas
São pormenores de vidas,
apagadas
Que renascem na grandeza
de uma aurora.
Irene Ermida