Chegada a casa, à hora do almoço em família, ingenuamente contei a proeza. O meu pai, na casa dos quarenta e com a quarta classe antiga, sentado à minha frente proferiu serenamente a sentença: «Ai de ti que eu saiba que tratas assim a professora!»
E seria a única a tratá-la por professora até final do ano.
Hoje penso: Se não tivesse acatado a ordem inequívoca do meu pai, talvez ele nunca tivesse tido conhecimento da minha desobediência, mas algo mais forte me impeliu a cumprir religiosamente a sua indicação!
Imbuída desse espírito, criei um filho, hoje em idade adulta. Nunca recebi uma queixa por falta de respeito de professor algum e sinto orgulho dos elogios que fui ouvindo ao longo destes anos a propósito da sua correcção e educação. Por vezes, dizem-me: tens muita sorte! Tive, de facto, mas foi com muito esforço que a procurei!
Irene Ermida
2 comentários:
Muito bem, parabéns,valeu a pena então o teu esforço.Missão cumprida.
: )
bj
Valeram-me os ensinamentos recebidos: as proibições e as regras tão contestados então mas que impeliram a "ver" o mundo...
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