No poema de Cesário Verde - Avé-Marias - há uma frase que sempre me fascinou (...) Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O paradoxo introduzido pelo adjectivo «absurdo» exprime a inutilidade do «desejo» e confere-lhe uma ininteligibilidade na visão do próprio sujeito. Sendo o «desejo» uma vontade própria com vista à satisfação, torna-se incompreensível que se deseje «sofrer»; daí a existência imprescindível do «absurdo» que traduz o estado de espírito de alguém que, racionalmente, reconhece que é em vão sentir esse desejo mas que, irracionalmente, não é capaz de o evitar.
Num ou noutro momento da nossa vida, sentimos essa necessidade incompreensível e inútil de «sofrer».
Encontramos refúgio no autismo e na dissolução de laços afectivos e queremos romper toda e qualquer ligação com o mundo exterior, convencidos de que aí estará a solução dos nossos problemas. Sendo uma fase que nos permite «crescer» interiormente, se tivermos a experiência de vida e a sabedoria de nos recolocar no caminho certo, com ou sem ajuda de outrém, acordaremos um dia e veremos que a realidade, apesar de permanecer inalterada, é aquela que realmente desejamos e temos de enfrentar.
Quantas vezes nos deixamos abater pelas circunstâncias que nos parecem catastróficas e das quais achamos que não conseguimos sair?
Relativizar os problemas e criar prioridades, bem como distinguir o essencial do acessório, serão, provavelmente, os mecanismos ao nosso alcance que nos desvendam os mistérios da nossa existência.
Quando nos orientamos pela ambição de tudo querer num dado momento, aumentamos, na mesma proporção, o risco de tudo perder. Encontrar o equilíbrio e a estabilidade emocional pode resultar de um longo, mas necessário, sofrimento interior, pois, só assim se aprende a dar valor às pessoas ou às oportunidades que surgem na nossa vida.
O paradoxo introduzido pelo adjectivo «absurdo» exprime a inutilidade do «desejo» e confere-lhe uma ininteligibilidade na visão do próprio sujeito. Sendo o «desejo» uma vontade própria com vista à satisfação, torna-se incompreensível que se deseje «sofrer»; daí a existência imprescindível do «absurdo» que traduz o estado de espírito de alguém que, racionalmente, reconhece que é em vão sentir esse desejo mas que, irracionalmente, não é capaz de o evitar.
Num ou noutro momento da nossa vida, sentimos essa necessidade incompreensível e inútil de «sofrer».
Encontramos refúgio no autismo e na dissolução de laços afectivos e queremos romper toda e qualquer ligação com o mundo exterior, convencidos de que aí estará a solução dos nossos problemas. Sendo uma fase que nos permite «crescer» interiormente, se tivermos a experiência de vida e a sabedoria de nos recolocar no caminho certo, com ou sem ajuda de outrém, acordaremos um dia e veremos que a realidade, apesar de permanecer inalterada, é aquela que realmente desejamos e temos de enfrentar.
Quantas vezes nos deixamos abater pelas circunstâncias que nos parecem catastróficas e das quais achamos que não conseguimos sair?
Relativizar os problemas e criar prioridades, bem como distinguir o essencial do acessório, serão, provavelmente, os mecanismos ao nosso alcance que nos desvendam os mistérios da nossa existência.
Quando nos orientamos pela ambição de tudo querer num dado momento, aumentamos, na mesma proporção, o risco de tudo perder. Encontrar o equilíbrio e a estabilidade emocional pode resultar de um longo, mas necessário, sofrimento interior, pois, só assim se aprende a dar valor às pessoas ou às oportunidades que surgem na nossa vida.
Irene Ermida