20/05/2008

incursões medievais


Foto: Günter Griesmayr
na minha torre de menagem
sonhava defesas indestrutíveis

no meu abrigo fortificado
entre ameias e muralhas
sonhava solidões e indiferenças

inventei valas e fossos
construí pontes levadiças

envolta numa armadura de opaco nevoeiro
sobrevivi a batalhas e esquivei-me a flechas
resisti até aos limites da força

e... num minuto, fui cercada pelo luar
e as estrelas segredaram-me palavras...
soltas e demolidoras
que me catapultaram para fora de mim

desferem-me golpes e resisto...

afinal onde está a lua? - pergunto às estrelas


Irene Ermida

5 comentários:

Unknown disse...

A lua está lá... escondida mas apenas por um bocadinho!
Brilhará novamente para ti!

Beijinhos

Irene Ermida disse...

Obrigada pela visita e pelas palavras.
Interessante a semelhança entre os «nossos» poemas... :))

APC disse...

Espreitando Irene, espreitando. A Lua é uma permanência. Que ela te ilumine os dias, amiga.
Beijinhos

Anónimo disse...

Gostei muito. As palavras segredadas têm uma força demolidora. Quantas vezes cedi ao seu quente e leve sussurro...

Irene Ermida disse...

a spectrum
um banho de luar em noite de lua cheia, não é?

a Zé
há sussurros incontornáveis