30/12/2008

Imprecisão 3

FOTO: Pedro Noel da Luz http://olhares.aeiou.pt/


uma misteriosa inquietação

constrói uma consciência impávida
que surge na escuridão de uma manhã

impávida fragmentada ameaçadora

resisto à luz gradual que me cega

e à minha volta espalho pétalas de medo

sabia onde parar?

do fundo retirei os raios de água

que escorriam pelo rosto imóvel

em momentos de hesitação inexistente

sem notas musicais impossíveis

rodo os ponteiros do relógio

e reencontro-me, submersa,

na margem de um rio febrilmente seco
Irene Ermida



8 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Irene,

estou a gostar(muito) estas "Imprecisões"! desde as memórias que espiraram num poema às margens desse especial rio...

um FANTÁSTICO 2009! lhe desejo.

um abraço e o meu sorriso :)
mariam

- Moisés Correia - disse...

"A cada dia de nossa vida, aprendemos com nossos erros ou nossas vitórias, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo. Que o novo ano que se inicia, possamos viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma bênção de Deus".

" UM FELIZ ANO DE 2009 "

aDesenhar disse...

Bom ano 2009
sem
as
imprecisões do ano 2008
:-)
bjs irene

Unknown disse...

Não deixo crítica, nem vírgula nem ponto final. Antes um ponto de exclamação: Soberbo! ao lermos sentimo-nos submersos, não pelo rio, mas pelo sentimento.

Anónimo disse...

Pois...... tenho gostado das imprecisões e não só.
J Beleza

Sunshine disse...

Li as Imprecisões por ordem inversa e depois pela ordem correcta. Fantástico.
Feliz 2009
beijinhos com raios de sol

Pedro Branco disse...

Inquieto-me em corrente de rio
Sempre no reflexo das águas e do caminho
Por vezes em grito,
Outras de mansinho
Onde a minha voz se refaz como um arrepio...

Explosões de mim sobre a memória
Nas margens das imprecisões e de tudo
Que nunca um parto será mudo
Nas entrelinhas com que pinta a sua história...

Falho-me vezes sem conta e outra vez
Em poesia à solta e marés em liberdade
Que da minha inquietação à saudade
Há uma tela que ainda não se fez...

Carrego-me. No asfalto da vertigem do peito
Volto-me e regresso-me nas melodias da revolução
Que o meu sangue tem a cor do coração
Por onde acordo, sonho e me deito!



Vim aqui parar através da Mariam e, como é meu jeito, escrevo sobre palavras. Na correnteza de mim...

By myself disse...

Belas imprecisões...

Feliz 2009

Bj