FOTO: José Terra
é de vermelho-vivo que se escrevem as histórias que perpassam tempos esquecidos em ramos nus de desejo de cor de sentidos sem sentido.
é de vermelho-sangue o espesso tronco que alimenta as raízes perpétuas e sólidas que respiram o ar quente de uma noite de verão e impelem avanços e recuos, conquistas e derrotas.
é de vermelho-púrpura a árvore rasgada por rugas, marcas do sonho de uma beleza efémera talhada num rosto bafejado por correntes lúcidas e opacas desviado de um caminho inóspito e linear.
é apenas o absurdo cru de um vermelho refletido na alma de quem não sente
que a vida cintila nas estrelas
e que até elas têm fim.
Irene Ermida
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