fecundada na nascente de um rio
nasce das pedras e do musgo
e corre nas veias do mar
uma embriaguez tortuosa agita as ondas e
murmura incontestáveis misérias surdas
e não diz o que no sangue corre
porque o sangue não tem cor
nem sabor, só vento e cegueira que
guia as mãos pelo centro da terra
inundada de seiva que
chove na boca
de desejo calado.
Irene Ermida
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