19/03/2008

Labaredas 3



Foto: Palinchak Mikhail

o magma que permanece em mim

subitamente emerge

através das fendas vulcâncias

que me afastam dos rios e dos mares

nessa erupção sintáctica

revejo ancestrais demónios

em versos livres submersos

oscilo no relevo dos períodos e das orações

que, voláteis, explodem em efusivos sintagmas

e abrem crateras vazias de entendimento

alheios à fonética acústica

e enredados em enunciados fervilhantes.

Irene Ermida

4 comentários:

Carlos disse...

...agradei-me neste mistifório de sintaxes e no elixir gramatical...
entre magmas,erupções e explosões...
e em tudo que desafia a etimologia de amar.
...que a intensidade do acento tónico te inebrie em fonéticas e conjugações dos verbos incandescentes......

bj

Mar Arável disse...

Uma bela prova

vulcânica

Irene Ermida disse...

a carlos

ainda bem que causei todas essas "vibrações"...
bj

a mar arável
obrigada pela visita e pelas palavras.

Nilson Barcelli disse...

O poema é excelente, nem podia ser outra coisa já que foi escrito por ti. Mas retenho, satisfeito, que o magma permanece em ti... o único problema serão as crateras vazias de entendimento...

Beijinhos.