Demorava a saída do Marquês de Pombal. Os helicópteros da polícia e das TVs sobrevoavam a área e alguém especulava: a ministra está a ver-nos...
Passo a passo, avançámos lentamente até à Avenida da Liberdade, onde nos cruzámos com grupos de pessoas que nos apoiavam e davam coragem! Um grupo de idosos, orgulhoso de lutas passadas, gritava: Foi pela liberdade que nós lutámos! Uma mãe aplaudia exibindo na camisola: Os «pais» estão com a ministra, eu sou mãe! Duas crianças empunhavam um cartaz: Os professores são os nossos pais!
Acreditei novamente! Redescobri porque escolhi este caminho! E um orgulho inocente deu-me força. Força para acreditar que ser professor não é profissão. É mudar o mundo. É ajudar a desvendá-lo, a compreendê-lo na sua globalidade e particularidade.
É plantar uma árvore, é semear um jardim, é inventar um rio, é percorrer mares e continentes, é falar várias línguas, é regressar ao passado e viajar no futuro...
Ninguém me pode tirar tudo isto! Por mais que tentem, nunca o conseguirão!
Os ministros, os governos, as políticas passam... os professores ficam!
Irene Ermida
3 comentários:
Ainda muita tinta está para correr...
Temo que nada tenha mudado. Pequenos recuos que não o são, porque eles antecipam tudo.
Valeu a intenção.
Beijo, I.
a pedro
... tens toda a razão...
a spectrum
algo mudou certamente mas nem sempre os efeitos são imediatos; a História o dirá...
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