28/08/2011

Fio de luz


Dominou-a um cansaço extremo como se o peso do mundo fosse apenas uma pena que cambaleando pelo ar lhe tivesse caído em cima dominasse todos os seus movimentos e numa paralisia total nem os olhos abria... eram as cenas repetidas de um filme clássico que se projectavam no seu íntimo e não se mexia... assistia... misturada numa plateia imóvel também, suspensa por um fio de luz sem tamanho nem cor... sabia que extinta a luz o filme repetir-se-ia vezes sem conta num contínuo fluir de imagens. Fechou os olhos e sorriu, alheada de si, e presa no feixe de luz que lhe fugia.


Irene Ermida

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