13/12/2011

Sem tempo

Imagem do Google


espremo o tempo contra o peito
como se dele quisesse mais alguns segundos
para o ter na minha mão e deixá-lo fugir

o meu tempo é a estrada
sou partida
sou chegada

cansada

nasci sem tempo
sem asas

e não há pensamento 
nem entendimento

para o que sinto
e nada

nada traz o vento
e não sei fugir

só sei planar invisível 
num vácuo onde atraso os ponteiros da ausência   
de mim e do mundo.




Irene Ermida



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