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«Porque será que estamos condenados a ser assim tão solitários? Qual a razão de tudo isto? Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, todos irremediavelmente afastados. Porquê? Continuará a Terra a girar unicamente para alimentar a solidão dos homens?»
«Porque será que estamos condenados a ser assim tão solitários? Qual a razão de tudo isto? Há tanta, tanta gente neste mundo, todos à espera de qualquer coisa uns dos outros, e, contudo, todos irremediavelmente afastados. Porquê? Continuará a Terra a girar unicamente para alimentar a solidão dos homens?»
Sentada, ao fim da tarde, num bar de praia tentava concluir um dos livros que me acompanham há algum tempo «Sputnik, meu Amor», de Haruki Murakami.
Interrompia a leitura pontualmente para observar o movimento da palhinha que, num copo vazio abandonado numa mesa à frente, interpretava uma dança sensual com o vento, que a acariciava com a delicadeza de um amante terno e apaixonado.
O olhar projectava-se no horizonte dominado pela espuma das ondas cúmplices que, em movimentos despudorados, mostravam ao vento que o mar enrola na areia.
Tropecei subitamente nas palavras! Não naquelas proferidas pelo homem que se levantou para ver o resultado do jogo: «viva o Mourinho»; «o Mourinho é o maior!»
E divaguei... solidão... solitários... o ser humano é essencialmente social...
Há momentos em que, sozinhos, não nos sentimos solitários e vice-versa. A solidão é necessária e, sem dúvida, tem efeitos terapêuticos; é ela que nos permite dissecar o que se passa à nossa volta e no nosso interior. É ela que nos mantém conectados ao exterior, aos outros, ao mundo. É ela que nos mantém em sintonia e harmonia. Quando bem orientada, pode traduzir-se no encontro com o outro e descobrir o valor e o significado que o outro tem para nós.
Agora, um solitário que se agrupe com outro solitário... resultará em dois solitários ou não necessariamente?!
Interrompia a leitura pontualmente para observar o movimento da palhinha que, num copo vazio abandonado numa mesa à frente, interpretava uma dança sensual com o vento, que a acariciava com a delicadeza de um amante terno e apaixonado.
O olhar projectava-se no horizonte dominado pela espuma das ondas cúmplices que, em movimentos despudorados, mostravam ao vento que o mar enrola na areia.
Tropecei subitamente nas palavras! Não naquelas proferidas pelo homem que se levantou para ver o resultado do jogo: «viva o Mourinho»; «o Mourinho é o maior!»
E divaguei... solidão... solitários... o ser humano é essencialmente social...
Há momentos em que, sozinhos, não nos sentimos solitários e vice-versa. A solidão é necessária e, sem dúvida, tem efeitos terapêuticos; é ela que nos permite dissecar o que se passa à nossa volta e no nosso interior. É ela que nos mantém conectados ao exterior, aos outros, ao mundo. É ela que nos mantém em sintonia e harmonia. Quando bem orientada, pode traduzir-se no encontro com o outro e descobrir o valor e o significado que o outro tem para nós.
Agora, um solitário que se agrupe com outro solitário... resultará em dois solitários ou não necessariamente?!
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