11/01/2008

Entoação 2

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submersa na água doce do aquário couraçado

interpreto danças de duplos sentidos expirados

atravesso transparências e revolvo sombrias plantas

e sou um peixe colorido sem sina inventada pela cigana da praça

transgrido o vidro deambulante que se dissolve no ar

sem as regras ditadas pelos costumes arcaicos

e bailo por universos depurados e hostis

numa proporção ambígua de sons e ritmos vindos do calor de terra

onde as gentes encarnam os trópicos e cicatrizam as mágoas