.
submersa na água doce do aquário couraçado
interpreto danças de duplos sentidos expirados
atravesso transparências e revolvo sombrias plantas
e sou um peixe colorido sem sina inventada pela cigana da praça
transgrido o vidro deambulante que se dissolve no ar
sem as regras ditadas pelos costumes arcaicos
e bailo por universos depurados e hostis
numa proporção ambígua de sons e ritmos vindos do calor de terra
onde as gentes encarnam os trópicos e cicatrizam as mágoas