avança a passos esforçados e lentos como se ao coração tivesse acorrentada uma bola gigante que impede a circulação do sangue de vermelho já desbotado pelo uso diário de sabão na esperança de limpar memórias insolúveis e boas e más que habitam nos cantos para onde varreu os desejos e as histórias que a tornam vazia da certeza absoluta de verdades e de mentiras indecifráveis pintadas num mural de manchas indistinguíveis e de linhas cruzadas e paralelas entre risos e sorrisos e na ausência de lágrimas que se evaporaram nas nuvens e chovem no mar.
Irene Ermida
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