05/01/2008

Poeira(s) 2

Penetro na palavra despida
e sugo a seiva salgada
de ondas escritas no rio
que corre e pára incessantemente
nas margens do meu corpo.
Com falta de ar respiro o enigma
plantado junto aos meus dedos
e sopro o pó dourado da solidão
no feixe de luz apagado.
Silenciosa entro sem permissão
e rodeio o brilho luminoso da sombra
que embala os temerários deuses
destituídos dos venerados altares.

Folheio as pétalas de cobre
que ofuscam o silêncio dos ventos.

2 comentários:

Carlos disse...

...se abandonem os altares...
da solidão...
e nos ventos silenciosos, sobrevenham brisas mornas e aconchegantes.

beijo

Irene Ermida disse...

a carlos

brisas mornas em vez desta ventania gélida!
bj