Dilacera-me a aragem que sopra violentamente e caio no vácuo,
num movimento ascendente e despedaço-me em mil partículas,
que se soltam das amarras da unidade física.
Quero escrever e abandonar o barco que sobe ao pico da vaga medonha e forte,
e desce às profundezas do oceano estranho e belo.
Quero escrever.
Preciso de abandonar o barco.
A tempestade arrasta-me para longe e deposita-me no marasmo negativista da existência cruel e ambígua.
Quero afogar-me na solidão e conformar-me com a realidade ilusória e mentirosa.
Quero escrever o diário de bordo, testemunha do ondular perpétuo no azul e verde da viagem.
E partir!
E chegar!
14/02/1995
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