A alma contorce-se.
Os espasmos assaltam a tranquilidade e só resta a turbulência.
Passeio nua pelos contornos da tinta que vão acrescentando traços e mais traços
até formar o manto com que me cubro.
Disfarço-me de mulher e acredito que o sou.
As fraquezas emergem e ao sol são expostas.
Tornam-se feridas, cicatrizes que permanecem.
A lua ilumina-as dando-lhes formas ambíguas e distorcidas.
Já não sei o que é verdade, não quero saber se é mentira.
As linhas paralelas desenham perpendiculares que se esbatem
numa amálgama indistinta de valores, de sentimentos, de desejos.
Continuo a sonhar e o desconhecido atrai-me para o abismo da indefinição.
Acordo e o pesadelo começa a subir pelas paredes da imaginação.
Não sei onde vou chegar e subo…
Quando vou parar esta escalada sinuosa de montanhas mutiladas e sombrias?
08/11/95
1 comentário:
um dia!
garantido...
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