02/04/2007

libertate




«Ele era um ponto fixo num turbilhão de mudanças, um corpo firmado numa imobilidade absoluta, enquanto o mundo corria através dele e desaparecia. O carro tornou-se um santuário de invulnerabilidade, um refúgio onde já nada poderia magoá-lo. Enquanto conduzia, não carregava fardo nenhum e nem a mais ínfima partícula da sua antiga vida poderia estorvá-lo. Não quer isto dizer que as recordações tivessem sido apagadas, mas a verdade é que já não pareciam provocar nele nada que se parecesse com a angústia de outros tempos.»


Esta citação de Paul Auster na sua obra «Música ao Acaso» refere-se à personagem principal que perdeu a antiga identidade e evoluiu para um estado de total liberdade interior, sem qualquer amarra ao mundo que o rodeia, sem ter nada a ganhar ou a perder.

Até que ponto somos realmente livres?

Ou aspiramos a sê-lo?

Será este o estado ideal?!


7 comentários:

Anónimo disse...

È o meu escritor preferido, o gajo é fantastico o melhor para mim é A Trilogia de Nova York. Vou começar agora a ler um escritor que tem o mesmo estilo dele que é o João Tordo, também muito bom. Um abraço.

aDesenhar disse...

creio que por vezes conseguimos uma certa liberdade interior, mas com amarras ao mundo que nos rodeia o que é um pouco contraditório.
por isso nunca será um liberdade total.

quando o tema é liberdade
faço questão de relembrar Agostinho da Silva, o único homem que conheci que consegiu essa liberdade interior, sem amarras ...

o estádio ideal ainda não sei qual é.
talvez o descubra um dia.

:-)
bj

aDesenhar disse...

errata: conseguiu e não consegiu...
estava a irritar-me não ter conseguido colocar o (i) depois do (u).
acontece
eheheheh

Anónimo disse...

Libertate Jubilate!
Claro que há paoilas e flores azuis e outras, tão bonitas como tuis

Anónimo disse...

...poi-las!

Vício disse...

acho que liberdade total é algo onde nunca ninguem irá conseguir chegar! há sempre qualquer coisa a que estamos sujeitos!

Irene Ermida disse...

a trivialedados
também é o meu escritor preferido!!!
gostei de todos os que li. Obrigada pela dica do João Tordo, que não conheço mas estou curiosa. Algum livro em especial que possas aconselhar? Agradeço...

a adesenhar
o conceito de liberdade só existe se houver o contraponto, senão perde o sentido, digo eu...
Agostinho da Silva... sem dúvida uma enorme falha nas minhas leituras.
se um dia descobrires o 'estádio ideal' dizes? :-)
acontecem, claro, e não tem importância... mas também fico chateada quando me acontece!

a pirata
as flores são sempre bonitas e vemo-las com os olhos que queremos ver, não é?

a vício
por isso a podemos apreciar, mesmo que seja por períodos entrecortados de amarras...