Pouco passava das oito horas quando chegámos à estação. Pedi o bilhete de ida e volta e quando referi a hora do regresso, o senhor sorriu e declarou com um sorriso nostálgico: então vai ouvir a música do nosso tempo... Partilhei o sorriso e, no papel de cúmplice apanhada com a boca na botija, retorqui: é verdade.
A opção pelo comboio surgiu à última da hora, quando, na véspera, me lembrei de consultar a página web da CP. A última viagem de comboio tinha sido em Julho de 2002 de Vichy para Bordéus que me permitiu usufruir da paisagem, da leitura, do sono descontraído e ainda me proporcionou algumas vivências caricatas.
Sempre achei peculiar o uso de metáforas associadas às viagens de comboio que, geralmente, traduzem simbologias da vida. Estações, apeadeiros, paragens, linhas, são termos associados a modos de estar, de ser, de decidir, de pensar.
Quando dei por mim mecanicamente sentada no lugar marcado, tive a sensação estranha de viajar contra o tempo. Via a paisagem deslizar a uma velocidade rápida e irrecuperável e, por momentos, sentia-me resistir. Uma resistência inexplicável mas imprescindível.
Apercebi-me, de súbito, que essa sensação provinha do facto de viajar de costas voltadas à direcção em que seguia o comboio.
Interroguei-me: andarei eu de costas voltadas?!
A opção pelo comboio surgiu à última da hora, quando, na véspera, me lembrei de consultar a página web da CP. A última viagem de comboio tinha sido em Julho de 2002 de Vichy para Bordéus que me permitiu usufruir da paisagem, da leitura, do sono descontraído e ainda me proporcionou algumas vivências caricatas.
Sempre achei peculiar o uso de metáforas associadas às viagens de comboio que, geralmente, traduzem simbologias da vida. Estações, apeadeiros, paragens, linhas, são termos associados a modos de estar, de ser, de decidir, de pensar.
Quando dei por mim mecanicamente sentada no lugar marcado, tive a sensação estranha de viajar contra o tempo. Via a paisagem deslizar a uma velocidade rápida e irrecuperável e, por momentos, sentia-me resistir. Uma resistência inexplicável mas imprescindível.
Apercebi-me, de súbito, que essa sensação provinha do facto de viajar de costas voltadas à direcção em que seguia o comboio.
Interroguei-me: andarei eu de costas voltadas?!
3 comentários:
Sabes a história do alentejano que chegou à estação e pediu
-Quer'um blhête d'ida e voltâa, p'favouri
Diz o gajo da bilheteira, sabichôncio
-D'id'e voltâa d'id'e voltâa... d'ida e volta p'á dondi?!
-P'ádondie?...
ÁTÃU, PRÁQUI! POND'É QU'HÓVERA D'SÊRÍ?
a pirata
nã conhecia nãaaaaa rs
até me deste uma ideia: um destes dias vou de comboio até ao Alentejo revisitar essas belas planícies e saborear a excelente cozinha alentejana!
huuuuuum, as migas verdes do restaurante Maçã, em Lavre, Montemor-o-Novo, que maravilha! a companhia é que não era lá muito famosa: na mesa ao lado estava lá um tal de Castelo Branco que só descobri quem era uns dias mais tarde quando o vi numa revista!
Ainda não fui desta,
O Alentejo é mágico , é dificil descrever uma terra onde o céu e a terra se tocam numa harmoniosa orquestra.Hum q bom , pena é aparecerem as aves raras , eheheheeh.
Inté comadri
bj
Carlos
Enviar um comentário