a pirata assim a minha opinião acaba por ser mais imparcial :-) é uma cidade bonita! problemas há-os em todo o lado, por todo o mundo, até na «província», como gostam tanto os lisboetas de lhe chamar... por exemplo: se quis ver o concerto dos rolling stones, tive que percorrer mais de metade de Portugal e gastar o dobro dos lisboetas ... nem tudo é um mar de rosas, como vês!
Esse é outra dimensão da tua vista de Lisboa - a dimensão intrínseca é a de descaracterização e de crescente degradação do tecido social e do urbano, o de suporte - as pessoas não (se) integram (n)a cidade, usam o que lá podem encontrar, de um modo apressado e utilitário; pisgam-se qunadopodem ou pisgam-se por nãopoderem suportar a exigência custosa do consumo de ostentação. Deste modo fica em evidência a cidade-utensílio e, nesse aspecto, Lisboa é pobre. Daqui resulta uma acentuação do contraste entre a cidade pretensamente modernizada e cosmopolita que 'temos' hoje, medíocre em conceito e dispositivo instalado (como sempre foi) e a cidade 'anterior', modesta em espaço e conceito mas com detalhes de afabilidade que a distinguiam de outras muitas. (abstraindo da luz singular de que qualquer cineasta falaria - uma curiosidade que permitiu muitos planos belíssimos por quem a conseguiu entender ou dominar)
a pirata essa visão intrínseca é comum a qualquer centro urbano; não nos apercebemos ou não pensamos nisso ou filtramos segundo os nossos interesses, quando visitamos outras grandes cidades, porque temos uma visão extrínseca da realidade durante a visita. Lisboa não é decididamente a 'aldeia' que era há umas décadas atrás que proporcionava a uma elite usufruir duma cidade em pleno e a todos os níveis e que se confinava a alguns locais ditos 'chics' pelas pessoas que os frequentavam. Mas também Portugal já não é o país esquecido num canto da Europa; tudo o que se passa no mundo acaba por ter reflexos, internamente, em todas as estruturas sociais, económicas, políticas, culturais. A exigência de acompanharmos o ritmo dessa evolução global e compreendermos o nosso lugar no mundo, exige-nos uma capacidade de distanciamento e de aceitação dessa inevitabilidade. Nos 'tempos dessa tua Lisboa' não seria possível termos esta 'conversa'... :-)
Nem a Lisboa de então era como a descreves, nem proclamo que devesse ou pudesse ficar parada e é aqui superfluo considerar o que se passa em outras cidades; não são o tema da nossa 'análise' e exigiria o conhecimento detalhado e a vivência equiparada de cada uma delas, a suportar o comentário, caso a caso. Obviamente esta conversa resulta da transformação daquela 'minha' cidade. Ressalta então a permanência do meu comentário - Lisboa é, hoje, uma cidade pequena, descaracterizada (desprovida de característica singular), apressada e cuja população é maioritariamente flutuante, utilizadora e não integrante; no plano urbanístico e arquitetónico não tem expressão e no plano sócio-cultural decresceu em importância, apesar de algumas iniciativas e novidades -vistas em absoluto- mas que são, quanto ao conjunto e volume da oferta, medíocres relativamente ao que já se fez. (nb - 'relativamente'!)
"Lisboa é, hoje, uma cidade pequena" Trata-se de uma pequenez de significado, de alcance ou de importância humanística, claro. Em superficie é pequena, claro mas a sua importância política e social é a de uma capital de Estado, claro (também!).
Muito,muito bem Dona Irene, quando achares conveniente, tou á tua espera, ( no meu clube )ehhhhhhh. Ainda um destes dias vou escrever um artigo sobre Lisboa,embora agora já nem o Tejo consigo vêr com o sono q estou ,( diga-se q tem magia tb )
10 comentários:
prefiro ver os Grafitis.
têm mais imaginação logo menos poluentes.
os candidatos deviam ser multados, pelo lixo que produzem.
pra ver merda já nos basta este Governo.
tenho dito.
De certeza de que não é pelas mms razões. Eles querem servir-se.
NOTA:
Pura coincidência!!!
a selecção dos cartazes prende-se com o facto de não ter vislumbrado outros por ali... talvez estivessem, mas não vi.
a adesenhar
não há machado que corte a raiz ao pensamento!
a unicus
bem, nunca me passou pela cabeça candidatar-me à Câmara de Lisboa! :-)
(Vê-se que não vives lá...)
a pirata
assim a minha opinião acaba por ser mais imparcial :-)
é uma cidade bonita! problemas há-os em todo o lado, por todo o mundo, até na «província», como gostam tanto os lisboetas de lhe chamar...
por exemplo: se quis ver o concerto dos rolling stones, tive que percorrer mais de metade de Portugal e gastar o dobro dos lisboetas ...
nem tudo é um mar de rosas, como vês!
Esse é outra dimensão da tua vista de Lisboa - a dimensão intrínseca é a de descaracterização e de crescente degradação do tecido social e do urbano, o de suporte - as pessoas não (se) integram (n)a cidade, usam o que lá podem encontrar, de um modo apressado e utilitário; pisgam-se qunadopodem ou pisgam-se por nãopoderem suportar a exigência custosa do consumo de ostentação. Deste modo fica em evidência a cidade-utensílio e, nesse aspecto, Lisboa é pobre. Daqui resulta uma acentuação do contraste entre a cidade pretensamente modernizada e cosmopolita que 'temos' hoje, medíocre em conceito e dispositivo instalado (como sempre foi) e a cidade 'anterior', modesta em espaço e conceito mas com detalhes de afabilidade que a distinguiam de outras muitas.
(abstraindo da luz singular de que qualquer cineasta falaria - uma curiosidade que permitiu muitos planos belíssimos por quem a conseguiu entender ou dominar)
a pirata
essa visão intrínseca é comum a qualquer centro urbano; não nos apercebemos ou não pensamos nisso ou filtramos segundo os nossos interesses, quando visitamos outras grandes cidades, porque temos uma visão extrínseca da realidade durante a visita.
Lisboa não é decididamente a 'aldeia' que era há umas décadas atrás que proporcionava a uma elite usufruir duma cidade em pleno e a todos os níveis e que se confinava a alguns locais ditos 'chics' pelas pessoas que os frequentavam.
Mas também Portugal já não é o país esquecido num canto da Europa; tudo o que se passa no mundo acaba por ter reflexos, internamente, em todas as estruturas sociais, económicas, políticas, culturais.
A exigência de acompanharmos o ritmo dessa evolução global e compreendermos o nosso lugar no mundo, exige-nos uma capacidade de distanciamento e de aceitação dessa inevitabilidade.
Nos 'tempos dessa tua Lisboa' não seria possível termos esta 'conversa'... :-)
Erro!
Nem a Lisboa de então era como a descreves, nem proclamo que devesse ou pudesse ficar parada e é aqui superfluo considerar o que se passa em outras cidades; não são o tema da nossa 'análise' e exigiria o conhecimento detalhado e a vivência equiparada de cada uma delas, a suportar o comentário, caso a caso.
Obviamente esta conversa resulta da transformação daquela 'minha' cidade. Ressalta então a permanência do meu comentário
- Lisboa é, hoje, uma cidade pequena, descaracterizada (desprovida de característica singular), apressada e cuja população é maioritariamente flutuante, utilizadora e não integrante; no plano urbanístico e arquitetónico não tem expressão e no plano sócio-cultural decresceu em importância, apesar de algumas iniciativas e novidades -vistas em absoluto- mas que são, quanto ao conjunto e volume da oferta, medíocres relativamente ao que já se fez.
(nb - 'relativamente'!)
"Lisboa é, hoje, uma cidade pequena"
Trata-se de uma pequenez de significado, de alcance ou de importância humanística, claro.
Em superficie é pequena, claro mas a sua importância política e social é a de uma capital de Estado, claro (também!).
Muito,muito bem Dona Irene, quando achares conveniente, tou á tua espera, ( no meu clube )ehhhhhhh.
Ainda um destes dias vou escrever um artigo sobre Lisboa,embora agora já nem o Tejo consigo vêr com o sono q estou ,( diga-se q tem magia tb )
bjoca
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