sem ponto de referência e numa espécie de espiral absorvo cheiros que me elevam num rodopio em que me enrosco e de onde não quero sair num vácuo deformado pela límpida tensão de cavidades impossíveis impressas em cada ruga de um rosto incompreensível em cada instante em cada nervura mordo a luz que me há-de perder sobre folhas de outono que perdem a dimensão de tão irreais que são amontoadas numa caverna tortuosa de desejos sem proporção porque não mensuráveis por homens nem deuses como nos tempos do nada.
Irene Ermida
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