24/12/2006

Gasta por dentro e por fora


Sinto-me gasta
Gastei palavras e sentidos
Gastei segundos e dias
Gastei esperas e chegadas

Abri portas e janelas
deixei entrar o vento
esse vento feito aragem
que me despiu e condenou

Dei palavras e sentidos
Dei segundos e dias
Dei esperas e chegadas
Dei tudo e nada
de nada e de tudo

Nem um único rasto
Nem palavras nem sentidos
Nem segundos
Nem chegadas

Uma vela
de fogos extintos
arde numa despedida
da indiferença
desmedida

5 comentários:

aDesenhar disse...

belo e sentido poema...

:-)

Vício disse...

uma pessoa é uma fonte inesgotavel de tudo o que quiser! muitas vezes explora-se pouco a si própria na esperança que alguém o faça!
podes sertir-te gasta... mas não estás acabada! basta querer seguir em frente!
gostei das palavras que deixaste!

Irene Ermida disse...

a vício
tens toda a razão! por vezes, há fases assim, em que nos sentimos «gastos»! mas essas fases são muitas vezes o patamar que permitem evoluir com mais força.
Obrigada pelo comentário
Bj

Anónimo disse...

Ai amiga!
Claro que o poema é belo! Mas é tão deprimente!
Quantas vezes a gente se sente assim mas... opa! Dá já a volta para cima. Toca a voar! Abre as asas e voa...voa... A paisagem é linda! Valha-nos isso! E com mais esperança ainda, aí vem o Novo Ano. Recebe-o com alegria.

Irene Ermida disse...

a lua-prateada
quanto não vale ter amigas assim!