10/01/2007

Sem discussão



No sítio da Comissão Nacional de Eleições podemos ler:


«O Presidente da República marcou a data de realização do Referendo Nacional para o próximo dia 11 de Fevereiro de 2007.
Os cidadãos eleitores recenseados no território nacional irão pronunciar-se sobre a seguinte questão:
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?».

FINANCIAMENTO DA CAMPANHA DO REFERENDO - Deliberação da CNE de 9 de Janeiro

- Não é permitida a contribuição de partidos para a campanha de grupos de cidadãos eleitores (à excepção do caso em que o partido ou a coligação declara participar na campanha do referendo através de grupos de cidadãos eleitores);
- A publicação do nome do mandatário financeiro deve ocorrer até ao dia 9 de Fevereiro - último dia de campanha do referendo - já que por aplicação do prazo estipulado para as eleições, o prazo recairia no dia da realização do referendo e, nessa medida, a CNE considera que a publicação de tal anúncio não pode acontecer nem no dia de reflexão, nem no dia de votação.
Chama-se a atenção que o prazo para a entrega do orçamento de campanha à CNE termina no próximo dia 12 de Janeiro.»

Vagueando por diversos blogs, deparei-me com posições mais ou menos extremadas quer a favor, quer contra a despenalização da IVG.
A propósito. recordo uma frase que escrevi, há mais de vinte anos, no livro em branco, que me foi oferecido pela minha melhor amiga de sempre:

«No universo da hipocrisia quero apenas os grãos de areia
que voam com o vento!»


Estranho como uma decisão do foro íntimo da mulher pode ser debatida numa guerra sem tréguas de argumentos de todo o tipo, que desvirtualiza a questão central e alimenta tanta hipocrisia?!
Vão chover protestos, elogios e sei lá que mais... mas também esta questão é do meu foro íntimo e, como tal, reservo-me o direito de não responder a qualquer comentário que, eventualmente, possam vir a fazer.

NOTA: Seria interessante conhecer as fontes de financiamento de todos os movimentos... num país onde a palavra «crise» é fatal, decerto que há curiosidade em saber!


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