São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
2 comentários:
As tuas são, ainda, achas de uma fogueira grande que se auto-alimenta, labaredas que sobem, descem, dançam e prendem o olhar no espectáculo quente e hipnótico dos seus desenhos incertos, renovados! Têm cores, formas, forças… tudo plural. E significados que se adivinham ou apenas se suspeitam… :-)
agradeço a amabilidade do teu comentário...
afinal brincar com palavras é a minha forma de brincar com a vida, de lhe sorrir, de lhe agradecer por mais um dia...
quanto aos significados... alguns adivinham-se numa imensa significação, alguns...
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