06/01/2007

Cativar 1

«-Viens jouer avec moi, lui proposa le petit prince. Je suis tellement triste…
-Je ne puis pas jouer avec toi, dit le renard. Je ne suis pas apprivoisé.
-Ah! Pardon, fit le petit prince.
Mais après réflexion, il ajouta :
-Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
(...)
-C'est une chose trop oubliée, dit le renard. Ça signifie "Créer des liens…"
-Créer des liens?
-Bien sûr, dit le renard. Tu n'es encore pour moi qu'un petit garçon tout semblable à cent mille petits garçons. Et je n'ai pas besoin de toi. Et tu n'a pas besoin de moi non plus. Je ne suis pour toi qu'un renard semblable à cent mille renards. Mais, si tu m'apprivoises, nous aurons besoin l'un de l'autre. Tu seras pour moi unique au monde. Je serai pour toi unique au monde…
(...)
Le renard se tut et regarda longtemps le petit prince :
-S'il te plaît… apprivoise-moi! dit-il.
-Je veux bien, répondit le petit prince, mais je n'ai pas beaucoup de temps. J'ai des amis à découvrir et beaucoup de choses à connaître.
-On ne connaît que les choses que l'on apprivoise, dit le renard. Les hommes n'ont plus le temps de rien connaître. Il achètent des choses toutes faites chez les marchands. Mais comme il n'existe point de marchands d'amis, les hommes n'ont plus d'amis. Si tu veux un ami, apprivoise-moi!
-Que faut-il faire? dit le petit prince.
-Il faut être très patient, répondit le renard. Tu t'assoiras d'abord un peu loin de moi, comme ça, dans l'herbe. Je te regarderai du coin de l'oeil et tu ne diras rien. Le langage est source de malentendus. Mais, chaque jour, tu pourras t'asseoir un peu plus près…
Le lendemain revint le petit prince. »

Para recordar a bela obra de Saint Exupéry clique aqui!

A propósito de «amizade»...
Aceitei o convite porque vinha de um endereço de um amigo.
Preenchi o perfil... coloquei foto...
Aventurei-me então pelos links que iam aparecendo e descobri: o meu filho tem setenta amigos(as), o meu sobrinho tem quatrocentos e cinquenta amigos(as), outro amigo meu tem mil e sessenta e três amigas...
Além de perplexa com a grandeza dos números, fiquei confusa!
Ainda mais quando comecei a descobrir que há amigos que só têm amigas... loiras, morenas, ruivas, mas todas lindas e com pouca roupa e, ainda fazem questão de comprovar o facto, através da galeria de fotos de belas raparigas de todas as idades!!! A minha perplexidade e confusão aumentou quando verifiquei que se passava rigorosamente o inverso: amigas com uma lista de amigos lindos de morrer!
Atónita fiquei com os comentários telegráficos às fotografias porque qualquer apresentação traduzida por palavras mais ou menos sensatas, são ignoradas.
Ora pensando bem, isto até pode ser uma «coisa» a estudar! Esta rede de amigos de amigas de amigos de amigas de amigos de amigas... é um laboratório para alguns domínios científicos!
Dão-se alvíssaras para quem indicar estudos já realizados nesta área da globalização da amizade!
Cativar, seduzir, fascinar, encantar... são termos que ainda constam do dicionário?!

6 comentários:

Vício disse...

sorry ao ler esta descrição de amizade!
ontem alguem que conheço falou-me que tinha uma coisa dessas, como tenho o contacto dessa pessoa decidi ver... faço minhas as tuas palavras!

na minha opinião não passa dum modo de as pessoas se valorizarem sem correrem o risco de se mostrar de verdade!

Irene Ermida disse...

a pirata
os seus comentários suscitaram-me uma reflexão: muitos entendidos já dissertaram sobre a criação literária, a relação intrínseca entre autor-criador. Não estou inclinada a repetir versões académicas do assunto. Para mim, um texto existe em total independência do seu autor. As palavras, depois de escritas ganham valor na plurisignificação que o leitor lhe atribui no momento em que as lê. Sempre achei fastidiosas as análises e correlações que pretendem estabelecer entre as intenções dos autores e as obras que produzem. É uma abordagem romântica e oca de sentido que limita a riqueza de interpretação e a relação que nós, como leitores, estabelecemos com o universo literário e, como tal, no pertence.
Ui, agora fiquei cansada... :-)

Irene Ermida disse...

a vício
quero acreditar que haja mais uma razão de fundo... serei uma eterna crente no ser humano e não me conformo que as pessoas (também sou pessoa, até ver...) se tenham esvaziado a este ponto. Não será mais um modo de combater a condição fatídica da solidão que (n)os corrói interiormente?!
sei lá... às vezes fico com vontade de ver o mar...

Vício disse...

troquei o i por y
talvez tenhas entendido!

a humanidade para mim é como a religião para muitos... creio nela mas com a diferença que já vi alguns humanos e por isso creio.

a solidão muitas vezes é fruto de uma arvore chama "querer muito" e que leva a rasar os limites da frustração.
tenho pena mas só acontece a quem se procura nos outros...

o mar é lindo! imenso! mas com uma lua cheia é quase tudo!
afinal um caranguejo tem como elemento a agua e astro regente a lua...existe mais mutação que essa?
não é facil saber em que fase anda a lua ou em que estado está a agua...

Irene Ermida disse...

a pirata
não haverá propriamente um malentendido, apenas diferentes pontos de vista, o que é perfeitamente natural; o meu comentário não é necessariamente resposta aos seus, que apenas me suscitaram reflexões...simplificando: eu disse o que penso; o pirata também disse o que pensa... voilà! :-)

Irene Ermida disse...

a vício
por acaso li mesmo com a pronúncia inglesa...
quanto à parte final do teu comentário, claro que fui espreitar o teu perfil e percebi; costumo brincar/justificar, dizendo: «é nessa imprevisibilidade que reside o nosso charme»:-). mas como tanto somos de 8 como de 80, o que temos de imprevisibilidade, temos em igual quantidade de dedicação, fidelidade e lealdade para as pessoas de quem gostamos!
Hum, talvez venha a escrever uma postagem sobre o assunto!
Afinal também é um tema que me fascina, apesar de haver cepticismo à mistura!