09/01/2007

Cativar 2


O hábito de ler nem sempre obedece a um ritual sistemático e impositivo, mas antes a uma necessidade imperiosa de rodopiar por letras impressas, que se modulam em páginas e têm o dom mágico de nos manter imersos num mundo subaquático fascinante.
A imagem da água pode ser substituída por outras, conforme a vontade de voar, de nadar, de respirar, de correr...
Após esta introdução nonsense remeto para uma postagem antiga (17 de Dezembro de 2006) intitulada «No alto da Serra do Marão».
Ontem, quando os olhos teimavam em subsistir abertos por mais alguns minutos, iniciei a leitura deste conto, se assim se pode nomear.
Tal foi a pressa em acabá-lo que, no fim, o relógio digital marcava 03:15!!!
A cada página que lia esperava que o estilo mudasse de tom, a narrativa se enriquecesse morfológica e semanticamente, a personagem tomasse um rumo próprio e impusesse à acção uma dinâmica inesperada.
Na última página, apercebi-me de que as minhas expectativas saíram goradas. Não é uma sensação agradável quando a leitura de um livro deixa um amargo de boca difícil de adocicar.
Além de um ou outro erro ortográfico, de passagens eróticas completamente insípidas e repetitivas, e de uma construção linear de acontecimentos que gera monotonia e algum fastio até, o criador não soube catapultar a história para um verdadeiro drama humano vivido pela personagem principal, quer na vida real, quer na ficção.
Notei, agora mesmo, ao olhar de relance a capa, que já vai na terceira edição... Ando com problemas de visão e de audição!
Ou foi alucinação ouvir os títulos mais vendidos em Portugal em 2006?!
Cativar implica bom gosto! A literatura não é excepção!

2 comentários:

Irene Ermida disse...

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Vício disse...

ainda associado ao que falaste no artigo anterior sobre as condições de conseguir uma amizade num daqueles sites... talvez seja pelas passagem eróticas de que falas, que esse conto obteve esse sucesso!
sexo hoje em dia... qualquer um serve a grande parte dessa gente!