20/02/2007

Dualidade(s) 2

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David Mendelsohn

uma interrogação em forma de dilema
contrai-se espasmodicamente
entre inspiração e expiração seráficas

que vejo se não sinto,
que sinto se não vejo?

uma esfera mundana arrepia-me
e sem arrebatamentos de última hora
esfolo o passado que se enovela
no meu calcanhar de Aquiles

e numa busca constante
distingo o acaso que me desviou de caminho algum
como se algum fosse um caminho
aleatoriamente acoplado a outros caminhos
de estreita passagem vedada

mas não! era livre e ainda sou

2 comentários:

jg disse...

Este jogo de cintura com as palavras dá-me mais pano para mangas do que Babel.
Mas, continua a ser a minha opinião.

Irene Ermida disse...

jg
por acaso estas palavras em forma de poema surgiram em sequência de uma reflexão sobre o filme; :-)
gosto de interrogações... por vezes, levam-nos longe... de qualquer modo a dualidade será sempre uma constante... ou será mais duplicidade?