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Ausente dele ou porque me excede, não, não falo de amor...
Deixo que outros falem por mim porque o fazem melhor do que eu...
Obrigada Éric pelo teu contributo!
eu nunca senti nada disto que vos disse
nem vou voltar a sentir.
António Pinheiro
SEM LIMITES, SEM FRONTEIRAS, SEM TEMPO, SEM ESPAÇO, SEM COR, SEM NACIONALIDADE, SEM SEM SEM...
Já não há filósofos nem poetas
Que me digam, hoje,
o que é amar.
O que é gostar de alguém como se gosta de um Deus,
O que é ouvir embevecido
a voz doce e penetrante
de quem se ama,
O que é ficar arrepiado
quando o frio da noite já passou,
O que é acalorar-se
quando a brisa da janela passa,
O que é sentir o coração bater descompassado
quando o nome do amado é soletrado,
O que é estar à espera
sentado no telefone
da palavra “semprevoucontigo”,
O que é ficar prostrado e moribundo
quando o dia do encontro é adiado,
o que é ser trespassado
pela força desse beijo quente
que se dá,
o que é cheirar inebriado o corpo nu
que se entrelaça em nós,
O que é ficar corado de vermelho vivo
quando o sangue corre lesto
pelo torso inteiro
anunciando em espasmos brancos
os cumes todos que trepamos
quando somos um,
em dois, em nós.
Não
não sei o que é Amar.
Sei apenas o que sinto que seja.
E digo-o aqui
como se ninguém antes
nada tivesse dito sobre isso
e eu fosse o primeiro a desvendá-lo.
Mas vejo agora
que o disse,
que tudo isto é mentira
e não existe:
eu nunca senti nada disto que vos disse
nem vou voltar a sentir.
1 comentário:
quem assim está ausente de amor, só pode estar enganada, perdoa-me a ousadia;
um poema de amor contraditório como se o amor não se entendesse em si mesmo
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