21/02/2007

O lado menos (ou mais) sério da vida

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Ao vaguear por essa blogosfera, descobri há tempos o sítio «Vida de Casado» que consta a partir de hoje da minha lista de
links. E a propósito, surgiu-me a vontade de escrever sobre humor...

As relações humanas revestem-se de uma complexidade de dimensões incomensuráveis que obriga a análises cada vez mais profundas e contraditórias e, se focarmos a questão nas relações entre homem e mulher, então aí há «pano para mangas»!

O humor usado com inteligência é, frequentemente, a melhor «arma» para lidar com o grotesco das situações e relativizar a gravidade de gestos e atitudes. A ironia, por sua vez, é uma variante que acaba por se revelar extremamente útil, para combater a irracionalidade e ambivalência de atitudes com que, diariamente, somos confrontados...

Ambos os processos exigem um treino específico e sistemático, que permite, ao ser humano mais decente, atingir níveis de reacção elevados e apropriados a cada momento, com o mínimo de desgaste.

Perante a hipocrisia, a mentira, a falsidade, a estupidez, que nos exasperam e nos deixam à beira dum ataque de nervos, nada melhor do que mudar de atitude e, mantendo a calma, reagir com um discurso raiado de humor, temperado de requinte, de inequívoca incisão e de desconcertante frontalidade.

Desenvolver a capacidade de transformar situações dolorosas, embaraçosas, ou simplesmente irritantes, num desafio à resistência do «verniz» que «encera» alguns habitantes deste minúsculo planeta, pode significar uma excelente oportunidade de evitar «cabelos brancos», «envelhecimento precoce», e contribui decisivamente para uma natural melhoria da nossa qualidade de vida.

Reconheço que é tarefa difícil, pois nem sempre a disposição nos permite actuar dentro dos limites do bom senso e da racionalidade. Daí a indispensável preparação e exercício metódico, de modo a permitir-nos adquirir o imprescindível savoir-faire para olhar de frente e desarmar o nosso «alvo».

Tirar a terra debaixo dos pés de alguém com um sorriso, é sempre o caminho mais fácil de desmascarar um idiota!

Reflictam sobre o assunto e usem e abusem do humor... a vida assim fica mais leve!

Ah, e deixo o link dum texto delicioso de
Victor Hugo.

Foto: David Mendelsohn

6 comentários:

Vício disse...

não podia estar mais de acordo!
apesar de nem sempre haver disposição nem espirito para o humor, é bom tentar usa-lo ao maximo.
quanto à ironia, acho que é um dos melhores testes à inteligencia dos "espertos" e no fim da mascara cair... dá um gozo inesplicavel!
bom post!!

Irene Ermida disse...

a vício
esse gozo inexplicável é, sem dúvida, a melhor parte...

a pirata
lida assim fora do contexto,não é que parece mesmo?!
sinto uma certa aversão por tácticas arregimentadas! o que é certo, é que sem esforço pessoal e sem auto-disciplina, não vamos a lado nenhum. :-)

Nilson Barcelli disse...

Eu sou adepto do humor nas relações sérias, sempre que se justifique e/ou seja oportuno.
Mesmo no trabalho, o ambiente fica menos tenso e, por exemplo, o espírito de equipa é mais fácil de ser mantido.
O humor de que falas, é apenas um aspecto particular da imensa utilização possível do humor. Levado ao extremo, pode até tornar-se perigoso... mas, como dizes, "dentro dos limites do bom senso e da racionalidade" acaba por ser uma forma inteligente de "desmascarar um idiota".
Gostei desta tua abordagem, claro...
Beijos.

Maria Manuel disse...

Humor e ironia só me exasperam quando estou eu a tentar tal confronto sério e "o outro lado" persiste nessa "fuga". :-)

De resto, em doses e momentos certos, são indispensáveis a uma vida saudável social, mental e, até, fisicamente...!

Anónimo disse...

esta atitude implica confiança, segurança e auto-estima, mas também poderá ser o culminar de algum sofrimento que conduz à imunidade perante a realidade...
no primeiro caso é positivo; no segundo, talvez nem por isso. Não sei, talvez, porém!

Irene Ermida disse...

a nilson
é verdade que até no trabalho o humor é importante para distender tensões e até ajuda a resolver alguns conflitos; evidentemente que não será um humor «seco» nem «ofensivo» que predispõe a receptividade das pessoas.

a maria manuel
a meu ver, o humor não deve ser usado como «fuga» mas precisamente para enfrentar as situações.

a zizito
sim, poderá ser um ou outro... por isso falo em racionalidade e bom senso.