Há dias assim… é a letra duma canção, não é? Ou alguma coisa similar… Não me recordo, nem quero esforçar-me em divagar por aí à procura de sentidos e de contextos.
Tudo é tão irreal e encenado!!!
Acordei esmagada pela expectativa de mais um dia repartido entre um gabinete e uma deslocação ao Porto para uma reunião de trabalho. Espartilhada num automatismo de movimentos e de reacções, agi em conformidade com as expectativas dos outros, decidindo, ordenando, advertindo, aconselhando… A ausência de sentido conduz-me por labirintos fantasmagóricos que me impulsionam sem relutância a abrir os olhos e a olhar o céu.
Uma inquietação toma conta de mim e perfura-me, pouco a pouco, sem respostas e sem estímulos. Abandono-me às palavras e danço com elas. Uma solidão que desponta aqui e ali por entre essa multidão de seres, que interagem indiferentemente e articulam sons incompreensíveis, atira-me para a berma da linha imaginária que delineia o meu caminho sinuoso e linear, num paradoxo gélido de sentires e de olhares…
2 comentários:
Querida Irene
Um texto poético sobre solidões...
Um beijo
Daniel
A solidão regenera, reedifica e tudo ressurge com mais força.
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