27/12/2007

Rotação 3



Rodopiam albatrozes no ar...
circulam nas ondas rasgadas de espuma
e viajam por longas distâncias:
atrás, deixam o sabor agridoce do passado
povoado de ténues memórias
da respiração arfante de crianças
presas à voz grave que se solta em gargalhadas
envolvem-se no mistério de uma porta que se abre
e dela surge, repentina, a figura amada
e há tanto desvanecida dos olhares fixos no mar

20/12/2007

Rotação 2




giro à volta do eixo imaginário
de presenças vazias de sentido
que movem raízes de si
sem saberem
e partem...
delas reconheço esboços de uns
e de outros sem tacto
que se baralham nas luzes da cidade
e não são quem eram
mas eram trindades unívocas
antes de tomarem novas rotações
patéticas e embaladas em alvoroço
- denunciam ausências arriscadas
de quereres perdidos para sempre

16/12/2007

Rotação 1



colhida pela intempérie de luzes
esvoaço pelas solidões alheias
enclavinhada em vectores inscientes
que rejeitam formas incisivas
de boatos e rumores anacrónicos
e presa à rotação insolúvel das imagens
prescindo da força centrífuga
que irradia a cor ténue da palavra
e extrai fantasias desenhadas a carvão
de jazigos encerrados pelo tempo

de livres associações
combino sentidos e figuras
que se fundem numa alquimia
de afectos intensos e vorazes

04/12/2007

Paris





Paris com chuva, frio e vento...
Paris, com o sol tímido a romper por entre as nuvens e a teimar mostrar a sua exuberância, o seu encanto, a sua luz, o seu mistério, o seu romantismo...
Paris, trespassada por cores e por música... por pessoas oriundas de todos os cantos do mundo... por cheiros e por vozes...


Uma viagem a Paris devia fazer parte do currículo escolar! Em tenra idade, mas já suficiente para compreender o mosaico multi-facetado em que vivemos.
Aprender a sentir, a ver, a ouvir, a cheirar, a rir, a compreender, a aceitar, a amar!
E, de quando em vez, revisitá-la para não esquecermos...
Relembrei e descobri Paris diferente.

.